quarta-feira, 14 de março de 2012

MPLA e UNITA negociam permanência de Suzana Inglês na CNE

O MPLA e a UNITA, o maior partido da oposição em Angola, estão a negociar a permanência de Suzana Inglês no cargo de presidente da Comissão Nacional Eleitoral. De acordo com informações divulgadas pelo semanário Novo Jornal, o processo está a ser conduzido pelos generais Higino Carneiro e Hélder Vieira Dias “Kopelipa” e o jurista Carlos Feijó, em representação do partido no pode, enquanto o Galo Negro teria indicado o engenheiro Adalberto Costa Júnior, o deputado Raúl Danda, o jurista Cláudio
Silva e o brigadeiro Horácio Junjuvile.
O analista Ismael Mateus havia avançado na semana passada na sua página de Facebook que três cenários se perspectivam na mesa de negociações, sendo a primeira a possibilidade de uma das partes (MPLA e UNITA), abandonar as suas exigências e a segunda a manutenção do actual braço de ferro, com a UNITA a não participar do pleito eleitoral. Uma terceira saída será encontrar uma alternativa política, que permita aos dois partidos manter a actual presidente da CNE, mas fazendo outras concessões.
Entretanto, fontes familiares ao dossier da CNE sugeriram ao Jornal que o caso da indicação da jurista Suzana Inglês deveria ser tratado na Câmara do Cível e Administrativo do Tribunal Supremo, cujo responsável é, nem mais nem menos, o juiz Caetano de Sousa, a quem Suzana Inglês substituiu na CNE e a quem declarou uma “guerra aberta” contra Caetano de Sousa, que inclui a perseguição de quase todos os funcionários que com ele trabalhavam, responsabilizando-o pelos “podres” da casa, a começar pelo inusitado atraso de salários.
Acontece que Caetano de Sousa não aceitou tomar conta do caso e endossou-o para o presidente do
Tribunal Supremo, Cristiano André, que, por seu turno, o remeteu para a juíza, Joaquina Nascimento, facto que pesou no tempo em que a decisão deveria ser tomada.
As direcções dos dois partidos terão tomado tal decisão, em razão da onda de contestação, que esta nomeação tem sido alvo até mesmo por membros do MPLA que reconhecem o “erro crasso” cometido com a indicação daquela figura.
A UNITA, o Bloco Democrático e a FNLA já declararam que vão levar as suas exigências até às últimas consequências, daí os dois principais partidos angolanos terem decidido negociar para encontrarem uma
saída politicamente consensual e não comprometer a realização das eleições este ano.

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