A maior parte dos vendedores da praça da Bwala, situada ao lado do mercado do Panguila, município de Cacuaco, garantiram ao Tribuna da Kianda que já trataram do documento que lhes garantirá um lugar no novo complexo comercial para onde serão transferidos os vendedores do mercado Roque Santeiro.
“Nós já nos inscrevemos e temos a certeza de que com isso garantimos os nossos lugares lá dentro do mercado”, disse-nos a vendedora Esperança, enquanto apontava com o dedo para o novo mercado, localizado a menos de 50 metros da sua bancada.
De acordo com Esperança, o processo está em curso desde o princípio de Agosto, sendo que para adquirir o cartão de comerciante lhe foi necessário apresentar, no acto da inscrição, uma fotocópia do Bilhete de Identidade e mil e 300 Kwanzas.
Até ao dia da nossa reportagem (domingo último) este valor já andava entre 1.800 e dois mil Kwanzas, devido ao interesse manifestado por outras pessoas que não vendem aí mas lutam por um lugar no mercado modernizado, segundo apurou este jornal da sua interlocutora, que se opõe a tal prática corrupta dos recenseadores.
“Eles não deviam aceitar pessoas que não vendem aqui, só porque vão dar mais dinheiro”, defendeu.
Segundo se crê, Esperança e os seus colegas já cadastrados terão direito a uma bancada devidamente numerada, para além de poderem beneficiar dos serviços dos armazéns do mercado, sempre que quiserem conservar os seus produtos.
A vendedora de hortaliças e legumes, há 4 anos na praça da Bwala, admitiu que foi informada sobre a transferência dos vendedores do Roque Santeiro para o novo mercado do Panguila e disse também que a administração local lhes havia comunicado em 2008 que todos os comerciantes da área teriam a mesma sorte.
“Sabemos que todos os vendedores do Roque virão aqui, mas, agora, se vamos vender duas ou três pessoas na mesma bancada, isso cabe aos registadores acharem a solução”, explicou, mostrando-se consciente da pouca capacidade que possui o complexo comercial do Panguila.
Para ela, não adiantaria nada ter criado um mercado nessa zona do município de Cacuaco, se as pessoas que vendem nessa localidade tiverem de ficar de fora. Na verdade, tal situação eleva a polémica que se levanta sobre a lotação do novo mercado, que por si só, não suporta a demanda dos vendedores do Roque, uma preocupação que ficou bem expressa por outros vendedores locais abordados pela nossa reportagem.
“Eu acho que os lugares não chegam para todos comerciantes que estão no Roque Santeiro, por isso sou de opinião que se criem outras medidas, antes de acontecer a transferência de muita gente”, sugeriu uma vendedora de bebidas.
Igual opinião é sustentada por colegas de ofício, que criticam o facto de não se ter aproveitado todo perímetro disponível do novo mercado, o que redundou numa menor capacidade de absorção de feirantes.
O mercado do Panguila não é o único construído, de raiz, no município de Cacuaco. Existem pelo menos mais dois outros, erguidos a 200 metros da via, no troço que liga a sede à localidade do Panguila.
Novos mercados “abandalhados”
As pessoas que comercializavam os seus produtos em alguns dos mercados de Luanda que foram reabilitados, preferem agora operar na parte exterior do que efectuar vendas no seu interior. Este cenário é visível no mercado erguido próximo ao Controle de Cacuaco, com o financiamento do Fundo de Apoio Social (FAS).
“Preferimos expôr os nossos produtos fora do mercado porque aqui temos mais facilidade de atrair os clientes do que ali, tendo em conta que os viajantes só param quando vêem um produto do seu interesse”, explicou o agricultor Raimundo Miguel.
O feirante sustenta que ainda que os fiscais da administração municipal de Cacuaco obrigassem as pessoas a permanecerem no interior do mercado, não teriam êxito “porque ficou provado, nos primeiros meses após a inauguração, que os clientes dificilmente aceitam descer dos veículos para irem fazer compras lá dentro”.
O agricultor conta que aquele espaço não só serve para comercializar os produtos da quinta em que trabalha, como também de pasto para o gado das fazendas vizinhas.
A história repete-se nos mercados do Cazenga (ex-Asa Branca) e no da Vidrul (em Cacuaco), ambos construídos com financiamento da linha de crédito da China.
* Com Alberto Bambi
“Nós já nos inscrevemos e temos a certeza de que com isso garantimos os nossos lugares lá dentro do mercado”, disse-nos a vendedora Esperança, enquanto apontava com o dedo para o novo mercado, localizado a menos de 50 metros da sua bancada.
De acordo com Esperança, o processo está em curso desde o princípio de Agosto, sendo que para adquirir o cartão de comerciante lhe foi necessário apresentar, no acto da inscrição, uma fotocópia do Bilhete de Identidade e mil e 300 Kwanzas.
Até ao dia da nossa reportagem (domingo último) este valor já andava entre 1.800 e dois mil Kwanzas, devido ao interesse manifestado por outras pessoas que não vendem aí mas lutam por um lugar no mercado modernizado, segundo apurou este jornal da sua interlocutora, que se opõe a tal prática corrupta dos recenseadores.
“Eles não deviam aceitar pessoas que não vendem aqui, só porque vão dar mais dinheiro”, defendeu.
Segundo se crê, Esperança e os seus colegas já cadastrados terão direito a uma bancada devidamente numerada, para além de poderem beneficiar dos serviços dos armazéns do mercado, sempre que quiserem conservar os seus produtos.
A vendedora de hortaliças e legumes, há 4 anos na praça da Bwala, admitiu que foi informada sobre a transferência dos vendedores do Roque Santeiro para o novo mercado do Panguila e disse também que a administração local lhes havia comunicado em 2008 que todos os comerciantes da área teriam a mesma sorte.
“Sabemos que todos os vendedores do Roque virão aqui, mas, agora, se vamos vender duas ou três pessoas na mesma bancada, isso cabe aos registadores acharem a solução”, explicou, mostrando-se consciente da pouca capacidade que possui o complexo comercial do Panguila.
Para ela, não adiantaria nada ter criado um mercado nessa zona do município de Cacuaco, se as pessoas que vendem nessa localidade tiverem de ficar de fora. Na verdade, tal situação eleva a polémica que se levanta sobre a lotação do novo mercado, que por si só, não suporta a demanda dos vendedores do Roque, uma preocupação que ficou bem expressa por outros vendedores locais abordados pela nossa reportagem.
“Eu acho que os lugares não chegam para todos comerciantes que estão no Roque Santeiro, por isso sou de opinião que se criem outras medidas, antes de acontecer a transferência de muita gente”, sugeriu uma vendedora de bebidas.
Igual opinião é sustentada por colegas de ofício, que criticam o facto de não se ter aproveitado todo perímetro disponível do novo mercado, o que redundou numa menor capacidade de absorção de feirantes.
O mercado do Panguila não é o único construído, de raiz, no município de Cacuaco. Existem pelo menos mais dois outros, erguidos a 200 metros da via, no troço que liga a sede à localidade do Panguila.
Novos mercados “abandalhados”
As pessoas que comercializavam os seus produtos em alguns dos mercados de Luanda que foram reabilitados, preferem agora operar na parte exterior do que efectuar vendas no seu interior. Este cenário é visível no mercado erguido próximo ao Controle de Cacuaco, com o financiamento do Fundo de Apoio Social (FAS).
“Preferimos expôr os nossos produtos fora do mercado porque aqui temos mais facilidade de atrair os clientes do que ali, tendo em conta que os viajantes só param quando vêem um produto do seu interesse”, explicou o agricultor Raimundo Miguel.
O feirante sustenta que ainda que os fiscais da administração municipal de Cacuaco obrigassem as pessoas a permanecerem no interior do mercado, não teriam êxito “porque ficou provado, nos primeiros meses após a inauguração, que os clientes dificilmente aceitam descer dos veículos para irem fazer compras lá dentro”.
O agricultor conta que aquele espaço não só serve para comercializar os produtos da quinta em que trabalha, como também de pasto para o gado das fazendas vizinhas.
A história repete-se nos mercados do Cazenga (ex-Asa Branca) e no da Vidrul (em Cacuaco), ambos construídos com financiamento da linha de crédito da China.
* Com Alberto Bambi
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