segunda-feira, 6 de abril de 2009

Pipeline da Sonangol rebentou na Boavista


De acordo com João Rosa Santos, avarias como essa são muito frequentes, pelo facto de se tratar de equipamentos bastante sensíveis


Uma das duas linhas de transporte de gasolina, gasóleo e querosene da refinaria de Luanda para a base de reserva de combustível, localizada na Boavista, registou esta quinta-feira, dia 2 de Abril, uma ruptura.
O director de comunicação e imagem da petrolífera, João Rosa Santos, garante que o problema pode ser resolvido até a manhã de sábado, 4 de Abril, e que não provocará interrupção no abastecimento de combustíveis aos cidadãos.
Segundo apurou O País, a linha de transportação dos derivados do petróleo é constituída por duas tubagens de mais de 20 milímetros, montadas há 16 anos, numa profundidade de aproximadamente dois metros.
O facto de a avaria ser “pequena” e por ter ocorrido numa zona que até à noite de quinta-feira, 2, ainda não tinha sido determinada com exactidão, levou os técnicos a interditarem uma pequena parcela da via que liga Luanda a Cacuaco, na zona da Boavista, para se efectuar a escavação.
A operação será feita em regime de non stop até que se solucione o problema. De acordo com João Rosa Santos, avarias como essa são muito frequentes, pelo facto de se tratar de equipamentos bastante sensíveis que, supostamente, não terão suportado o peso dos camiões que circulam constantemente naquela zona.
Uma outra fonte contactada por este jornal alega que o estrago terá sido causado pelas máquinas que em 2002 ou 2003 estiveram a pavimentar a via. “Essas tubagens normalmente são isoladas com duas fitas plásticas apropriadas, o que lhes permite ficarem isentas da humidade. Por isso acredito que a empresa que fez a pavimentação daquele local terá ferido uma das junções e isso com o passar do tempo provocou a ruptura”, explicou.
No entender do especialista, a população que ali circula não corre perigo pelo facto de a ruptura ter acontecido na conduta de gasóleo e não na de gasolina.
“Se a avaria fosse maior e se registasse no transporte de gasolina, de certeza que teriam de interditar toda a via e evacuar a população que vive nos arredores por se tratar de um produto facilmente inflamável, mas como não é esse o caso, não há perigo nenhum”, rematou.
Acrescentou, de seguida, que “toda a terra que circunda a zona está embebida de gasóleo e que os técnicos começaram a escavar mais para terem maior facilidade de identificar o local da ruptura”. O director de comunicação e imagem da Sonangol explicou que após desvendarem o local da avaria, os peritos em fiscalização vão avaliar se há ou não necessidade de substituir toda a tubagem.
Mas, por outro lado, mostrou-se bastante optimista e rematou que isso pode não acontecer porque os estragos parecem ser pequenos.
“Registámos o caso no período da manhã mas só conseguimos intervir às 15 horas porque tivemos que informar primeiro à administração e ao comando municipal da Polícia para que enviasse os seus efectivos ao local de modos a evitar que a população recolhesse o produto para vender depois”, frisou.


Soito descarta danos ao ambiente

Por seu turno, a administradora municipal da Ingombota, Suzana de Melo, apelou aos moradores que se aproveitaram da ausência da Polícia nas primeiras horas do dia para recolherem o gasóleo para depois o revenderem, a deitarem no fora para evitar incidentes.
“Estendo ainda o meu apelo àquelas pessoas que vivem nos arredores a não adquirirem qualquer líquido estranho, em substituição do petróleo, nas mãos dos seus vizinhos, porque podem ser misturas feitas com o líquido que jorrou da furação”, concluiu.
Contactado por O País, o vice-governador de Luanda para a área técnica, Bento Soito, confirmou a ruptura, localizando-a na zona da Boavista. A perda de combustível terá sido muito pequena, segundo o governante que não acreditava, na altura, que este problema visse a agudizar os défices de combustíveis nas bombas de abastecimento. Por outro lado, Bento Soito descartou qualquer possibilidade de ocorrerem danos ambientais graves na zona.

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