quinta-feira, 2 de abril de 2009

DE QUEM É O TEXTO?




Igreja apoia familiares das vítimas dos Coqueiros




As famílias das jovens católicas Celina Inhala, de 23 anos, e Ana João, de 21 anos, que morreram no acidente ocorrido no Estádio dos Coqueiros, durante o encontro dos jovens com o Papa, receberão da Igreja apoio material, ainda não especificado, segundo revelou a O País, André João, irmão de Ana.
O irmão da vítima, que falou aos jornalistas no cemitério da Santa Ana, disse que as famílias foram informadas pelos emissários do papa Bento XVI que acompanharam a visita do porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, aos doentes do incidente que se encontravam acamados no Hospital Josina Machel, que receberiam da Igreja uma ajuda material que serviria para a realização do óbito.
Apesar de ainda não ter sido tornado público o resultado da autópsia efectuada esta terça-feira, os familiares acreditam que as causas das mortes sejam mesmo o esmagamento que as jovens sofreram quando tentavam entrar do estádio, conforme anunciou Frederico Lombardi. As jovens morreram quando eram transportadas para o hospital Josina Machel numa das ambulâncias que estava de prontidão no local.
Na esperança de que as almas das duas jovens descansem em paz, os bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé estiveram reunidos esta quarta-feira, na igreja da Sagrada Família onde participaram na missa de corpo presente, presidida pelo arcebispo de Luanda Dom Damião Franklim e pelo núncio apostólico Dom Ângelo Beccio. A cerimónia, bastante concorrida, contou com a presença de mais de 500 crentes, entre familiares, amigos, religiosos e representantes do governo.
Os cânticos religiosos entoados pelo grupo coral Ndinga Mayo, da igreja São Pedro Apóstolo, e as orações feitas no local pelos padres não foram, no entanto, suficientes para acalmar alguns familiares das vítimas que ao verem a urna a ser coberta pela área vermelha desataram aos prantos.
As urnas foram oferecidas pelo governo provincial de Luanda. Coube à vice-governadora de Luanda para a esfera social, Guilhermina Imperial, proceder ao depósito de duas coroas de ores com um letreiro “oferta do GPL”, em cima de cada uma das campas.
Para evitar transtornos, o enterro foi escoltado por uma equipa de cerca de 70 escuteiros reforçados por seis efectivos da Polícia Nacional.
Celina Inhala, natural da província do Zaire, faleceu numa altura em que frequentava o segundo ciclo do curso médio de ciências económicas e jurídicas, na escola da Polícia de Intervenção Rápida (PIR). A nível religioso, Celina, que recebeu uma distinção em Outubro passado numa celebração bastante concorrida presidida pelo arcebispo de Luanda Dom Damião Franklin, dava catequese a um grupo de mais de 30 adolescentes.
O pároco da igreja São Pedro Apóstolo, Belmiro Chissengueti, ao fazer o discurso fúnebre, descreveu Celina Inhala como sendo uma jovem de muita fé e que partilhava a mesma com os seus colegas do centro de Nossa Senhora de Fátima, no bairro Rocha Pinto.
“No dia 21 a nossa irmã saiu de casa com o intuito de ir aos Coqueiros e nós ficamos esperançoso que ela voltaria feliz, com força suficiente para nos contar o que lá se passou e partilhar connosco a bênção do Santo Padre. Mas infelizmente ela não voltou e tivemos que ir buscá-la numa caixa na casa mortuária”, contou. No discurso fúnebre de Ana João, Vincente M’bra, pároco da igreja de Nossa Senhora do Cabo, revelou que a sua “ovelha” tinha uma fé exemplar e que depois de frequentar a catequese começou a trabalhar de forma activa na paróquia pertencendo ao grupo dos vocacionados e participava no dízimo. Para ajudar nas despesas da casa, a jovem trabalhava no restaurante Jango Veleiro na Ilha de Luanda.
Apesar de ter recebido a sua primeira comunhão há menos de um ano, a malograda estava a preparar-se para receber o sacramento do crisma. Estudante da 10ª classe da Escola Bom Samaritano afecta à igreja Católica, Ana João era a cassula de cinco irmãos e o elo de ligação entre os pais e os seus mais velhos.
Por seu turno, Dom Damião Franklim disse, ao traçar o perfil das duas vítimas, que Celina queria levar uma vida religiosa. Ana João distinguia-se nos trabalhos da paróquia. Por isso, naquele dia de festa em que havia o encontro com o Papa, foram muito cedinho para o estádio dos Coqueiros. Queriam ver de perto o seu líder espiritual e ouvirem as suas palavras de consolo.

Nota: Este texto foi publicado na 20º edição do Jornal O País. A questão de quem é o texto surge exactamente para esclarecer que o mesmo é de autoria do autor deste blog e não do seu ilustre colega Manuel Lutomatala. A troca dos nomes aconteceu num dos momentos de tensão, próprio de uma redacção jornalística no dia de fecho. Faço essa pequena explicação, para esclarecer os jornalistas, padres e familiares das vítimas que ligaram para o auto, após da divulgação da matéria, solicitando esclarecimento sobre o seu verdadeiro nome. Coisa de redacção, isso acontece!

Fonte: O País

1 comentário:

Géraldine Correia disse...

olá paulo
Se trabalha no Pais, com certeza sabe que o jornal não passa nenhum texto para o site, nem um. Nós (e somos 2 pessoas, uma junior, uma senior) pegamos no PDF e inserimos os textos, que vêm cheios de erros com a conversão do documento. Peço lhe que faça os comentarios no site do pais, até porque agradecemos a interactividade. Outra coisa, posso colocar o seu blog na lista de blogs e links? Sugere mais alguns?
Obrigada

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