Existem poucas possibilidades de os oito pescadoresdesaparecidos no alto mar com a embarcação de pesca artesanal da cooperativa Família Chimina, com a chapa de matrícula LD-4012, há mais de três meses, estarem vivos.
A informação foi avançada a O PAÍS, Quarta-feira, 11, pela coordenadora da cooperativa, Francisca Chimina.
Os peritos da Capitania do Porto de Luanda e das suas congéneres da República do Gabão e do Congo Brazaville realizaram inicialmente várias buscas na tentativa de encontrarem a embarcação de pesca artesanal de cor branca e licenciada com o número 754.
Atendendo ao fracasso das operações de resgate dos oito tripulantes que contratados dias antes de se “perderem” no alto mar, as operações foram canceladas temporariamente por alegada falta de apoio da parte do Estado angolano.
Por sua conta e risco, o esposo de Francisca Chimina e uma equipa de especialistas deslocaram-se em Dezembro último aos países acima mencionados, para apurar as informações segundo as quais os pescadores terão sido arrastados para aquela zona.
Quem também se juntou a esta causa nos primeiros dias após o desaparecimento dos pescadores foi a Casa Militar da Presidência da República, que cedeu uma das suas embarcações para reforçar as buscas. O barco onde estão os pescadores é pertença da cooperativa há dois anos e foi confiada aos oito que partiram da Ilha de Luanda no dia 2 de Outubro último, com cerca de mil litros de combustível e 200 litros de água.
Previam pescar durante oito dias.
Os homens saíram para pescar em direcção à zona Sul do país e, até agora, não voltaram à terra. A única certeza é que os telemóveis e os rádios de comunicação encontram-se desligados.
Inconformados com a situação, os familiares dos pescadores desaparecidos contactam sempre que possível, por telefone, a coordenadora da cooperativa para se inteirarem do andamento das operações de busca e traçarem uma estratégia.
Teresa Magalhães, mãe do pescador Rui António Corais, de 31 anos, explicou a O PAÍS, recentemente, que o que mais lhe aflige é o facto de saber que todas as embarcações de pequeno e grande porte que circularam por estes dias pela costa marítima angolana não se depararam com nenhum rasto do barco desaparecido.
“O meu filho exerce esta actividade há dois anos e nunca permaneceu tanto tempo longe da sua família.
Houve situações em que ficou uma ou duas semanas no alto mar e depois regressou são e salvo”, contou.
Os tripulantes da embarcação desaparecida pescavam na zona costeira do município de Cacuaco e, devido à falta de emprego na área, decidiram migrar para a Ilha de Luanda, onde, depois de serem admitidos para trabalhar na cooperativa, desapareceram naquela que seria a primeira viagem do grupo.
A ausência de Rui Corais tem levado a sua esposa e a sua mãe a enfrentarem inúmeras dificuldades no sustento dos seus cinco filhos. A mãe do desaparecido contou que os escassos recursos que ela e a sua nora conseguem arrecadar com a venda de produtos agrícolas não têm sido suficientes para as despesas da casa.
“A minha idade já não me permite realizar trabalhos esforçados e por isso eu dependia simplesmente da ajuda dele para continuar a viver.
Agora não sei como é que vou fazer, porque o dinheiro do meu negócio não chega para nada”, desabafou.
A esperança manifestada pelo irmão do comandante do barco, Avelino Cajengo, de 54 anos, a O PAÍS, em Dezembro último, era por se tratar de uma embarcação de pequeno porte, o que provavelmente teria feito com que eles fossem simplesmente arrastados pelas correntezas do Rio Zaire para o Congo Brazaville ou Gabão. Mas essa hipotese também caíu por terra.
“Pelas informações que recebi de um outro pescador, tudo indica que o meu irmão terá ido pescar a mais de 250 ou 300 milhas, isto é, na zona Norte de Cabinda, que é considerada como uma das mais perigosas devido às correntezas do Rio Zaire”, explicou Gabriel Cayovo, acrescentando que “o meu irmão exerce esta actividade há mais de 20 anos e sempre gostou de pescar nas distâncias acima mencionadas”.
Gabriel Cayovo alimentava a esperança de os navegantes encontrarem-se com vida, pelo facto de tanto as embarcações que saíram à procura deles como os navios de arrasto que circularam pela nossa zona não se depararam com nenhum indício de naufrágio.
Os seis filhos de Avelino Cajengo aguardam impacientemente pelo seu regresso.
A informação foi avançada a O PAÍS, Quarta-feira, 11, pela coordenadora da cooperativa, Francisca Chimina.
Os peritos da Capitania do Porto de Luanda e das suas congéneres da República do Gabão e do Congo Brazaville realizaram inicialmente várias buscas na tentativa de encontrarem a embarcação de pesca artesanal de cor branca e licenciada com o número 754.
Atendendo ao fracasso das operações de resgate dos oito tripulantes que contratados dias antes de se “perderem” no alto mar, as operações foram canceladas temporariamente por alegada falta de apoio da parte do Estado angolano.
Por sua conta e risco, o esposo de Francisca Chimina e uma equipa de especialistas deslocaram-se em Dezembro último aos países acima mencionados, para apurar as informações segundo as quais os pescadores terão sido arrastados para aquela zona.
Quem também se juntou a esta causa nos primeiros dias após o desaparecimento dos pescadores foi a Casa Militar da Presidência da República, que cedeu uma das suas embarcações para reforçar as buscas. O barco onde estão os pescadores é pertença da cooperativa há dois anos e foi confiada aos oito que partiram da Ilha de Luanda no dia 2 de Outubro último, com cerca de mil litros de combustível e 200 litros de água.
Previam pescar durante oito dias.
Os homens saíram para pescar em direcção à zona Sul do país e, até agora, não voltaram à terra. A única certeza é que os telemóveis e os rádios de comunicação encontram-se desligados.
Inconformados com a situação, os familiares dos pescadores desaparecidos contactam sempre que possível, por telefone, a coordenadora da cooperativa para se inteirarem do andamento das operações de busca e traçarem uma estratégia.
Teresa Magalhães, mãe do pescador Rui António Corais, de 31 anos, explicou a O PAÍS, recentemente, que o que mais lhe aflige é o facto de saber que todas as embarcações de pequeno e grande porte que circularam por estes dias pela costa marítima angolana não se depararam com nenhum rasto do barco desaparecido.
“O meu filho exerce esta actividade há dois anos e nunca permaneceu tanto tempo longe da sua família.
Houve situações em que ficou uma ou duas semanas no alto mar e depois regressou são e salvo”, contou.
Os tripulantes da embarcação desaparecida pescavam na zona costeira do município de Cacuaco e, devido à falta de emprego na área, decidiram migrar para a Ilha de Luanda, onde, depois de serem admitidos para trabalhar na cooperativa, desapareceram naquela que seria a primeira viagem do grupo.
A ausência de Rui Corais tem levado a sua esposa e a sua mãe a enfrentarem inúmeras dificuldades no sustento dos seus cinco filhos. A mãe do desaparecido contou que os escassos recursos que ela e a sua nora conseguem arrecadar com a venda de produtos agrícolas não têm sido suficientes para as despesas da casa.
“A minha idade já não me permite realizar trabalhos esforçados e por isso eu dependia simplesmente da ajuda dele para continuar a viver.
Agora não sei como é que vou fazer, porque o dinheiro do meu negócio não chega para nada”, desabafou.
A esperança manifestada pelo irmão do comandante do barco, Avelino Cajengo, de 54 anos, a O PAÍS, em Dezembro último, era por se tratar de uma embarcação de pequeno porte, o que provavelmente teria feito com que eles fossem simplesmente arrastados pelas correntezas do Rio Zaire para o Congo Brazaville ou Gabão. Mas essa hipotese também caíu por terra.
“Pelas informações que recebi de um outro pescador, tudo indica que o meu irmão terá ido pescar a mais de 250 ou 300 milhas, isto é, na zona Norte de Cabinda, que é considerada como uma das mais perigosas devido às correntezas do Rio Zaire”, explicou Gabriel Cayovo, acrescentando que “o meu irmão exerce esta actividade há mais de 20 anos e sempre gostou de pescar nas distâncias acima mencionadas”.
Gabriel Cayovo alimentava a esperança de os navegantes encontrarem-se com vida, pelo facto de tanto as embarcações que saíram à procura deles como os navios de arrasto que circularam pela nossa zona não se depararam com nenhum indício de naufrágio.
Os seis filhos de Avelino Cajengo aguardam impacientemente pelo seu regresso.
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