segunda-feira, 28 de junho de 2010

“Carrascos” do Benfica desaparecidos

O comando-geral da Polícia Nacional está com inúmeras dificuldades para apresentar os supostos efectivos da Direcção Provincial de Investigação Criminal (DPIC) de Luanda que estiveram envolvidos no assassinato dos jovens Willian Marques Luís (Liro Boy), Hamiltom Pedro Luís (Kadu) e Kléber Teodoro, na comuna do Benfica.
Já se passaram mais de um mês desde que o segundo comandante-geral da Polícia Nacional para a Ordem Pública, Paulo de Almeida, garantiu, em conferência da imprensa, que seriam apresentados os autores do crime que ficou conhecido como “Caso Benfica”.
“Os órgãos judiciais têm que intervir, sobretudo as procuradorias para legalizarem as diligências que precisam de ser feitas e tudo indica que nos próximos dias estaremos em condições de dizer publicamente quem são os autores desta barbárie”, garantiu na altura o oficial. Segundo fontes deste jornal, dois dias depois de ter acontecido os homicídios, os peritos da DPIC destacados na esquadra do Benfica foram notificados a comparecerem na Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC).
Esta medida contribuiu para que os parentes do malogrado “Liro Boy”, 19 anos, e os estudantes que vivem na residência onde ele foi retirado a força, não conseguissem identificá-los. O mesmo aconteceu no dia em que os investigadores que estão a dirigir o processo levaram a cidadã Angelina da Silva Diogo, avó dos jovens “Liro Boy” e “Kadu” para reconhece-los.
De acordo com uma outra fonte afecto a DNIC, esta medida serviu apenas para demonstrar aos familiares das vítimas que tudo estava a ser feito para apurar se tinham sido realmente os agentes da corporação que praticaram tal crime.
Para os suspeitos não permanecerem desocupados, atendendo aos anos de experiência que têm, alguns teriam sido encaminhados para a Esquadra do Bairro do Panguila.
A tentativa de acobertar os presumíveis autores do crime terá sido abortada nas vésperas das comemorações do 31º aniversário da Polícia Nacional quando o ministro do Interior, Roberto Leal Monteiro “Ngongo”, ordenou aos mais altos responsáveis da corporação que apresentassem os reais autores do crime.
Um responsável do gabinete da DPIC da Esquadra do Benfica, que esta sob suspeita, decidiu assumir o seu posto sob protesto de não existir nenhuma prova contra ele. Mas, para sua tristeza, foram todos notificados pelos oficiais da Direcção de Inspecção do Ministério acima mencionado para prestarem informações sobre a ocorrência. Com receio de que teriam o mesmo fim que os sete autores do Caso Frescura, ter-se-ão posto em fuga e, ao que tudo indica, de forma separada.
Entre os fugitivos, constam dois oficiais de campo da Polícia que residem naquela zona e que foram apenas os informantes do local onde o jovem Liro Boy se encontrava. Enquanto decorria a operação, ambos terão permanecido no interior de uma viatura que se encontrava estacionada na rua detrás e só terão se apercebido que os seus colegas haviam levados dois supostos inocentes, nomeadamente, Kléber Teodoro e o Kadu, no local onde praticaram o crime.
Contactado por este jornal, o porta-voz do comando provincial de Luanda, superintendente chefe Jorge Bengue, disse que ainda não têm nada a declarar acerca deste caso, mas que tão logo as investigações sejam concluídas serão tornado público.

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