segunda-feira, 24 de maio de 2010

Malfeitores com os dias contados

O comissário-chefe da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, declarou que, caso seja provada a participação de membros do seu efectivo na execução dos jovens, eles serão entregues à justiça para que sejam julgados em função do que esta estabelecido por Lei, visto que esta prática não faz parte da natureza da corporação.
“Os órgãos judiciais têm que intervir, sobretudo as procuradorias para legalizarem as diligências que precisam de ser feitas e tudo indica que nos próximos dias estaremos em condições de dizer publicamente quem são os autores desta barbárie”, explicou o oficial.
O comissário-chefe explicou que a Polícia é uma força que tem a responsabilidade de manter a ordem, a tranquilidade e de garantir o sentimento de segurança dos cidadãos e não se pode comparecer com atitudes desta natureza. Os peritos da Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC) estão a averiguar se a operação foi superiormente orientada.
“De acordo com as investigações levadas a cabo, há alguns indícios (do envolvimento de membros da corporação), mas como estamos numa fase de instrução do processo achamos por bem que algumas coisas ainda sejam reservadas, para podermos ter melhores resultados nas nossas averiguações”, assegurou o segundo comandante.
Segundo o comissário-chefe, a Polícia Nacional conta actualmente com 100.000 efectivos, 80 por cento deles não têm casa própria, vivem em casas arrendadas e em cubatas. As condições sociais são apontadas como uma das causas dos comportamentos do funcionário da corporação. “Há Policias que não têm cama para dormir e passam a noite no luando, não porque têm giba, mas porque não têm.
Entretanto, o governo esta a trabalhar e a construir casas para que as pessoas tenham outras condições de vida e mais ânimo para trabalhar”, explicou o oficial.
O segundo declarou ainda que cerca 40 por cento das pessoas que estão na Polícia entraram por falta de emprego e não porque têm amor a profissão.
Paulo de Almeida disse também que a Polícia está a sofrer um processo de reformação dos quadros e que os funcionários que demonstram uma conduta indecorosa têm sido demitidos. sobre o sucedido, Paulo de Almeida classificou como “repugnante e não podemos cruzar os braços perante situações desta natureza, e também não podemos cruzar os braços perante a nossa responsabilidade de garantir a ordem e a tranquilidade públicas”.
No entender do segundo comandante, a Polícia tornou-se mais comunitária do que antigamente, apesar de existirem ainda aqueles incidentes que vão criando uma imagem contraria a realidade. Segundo ele, estão a trabalhar para melhorar não só a qualidade dos serviços que prestados à população, mas também para dar uma outra imagem às esquadras.
Irónico, o número dois da Polícia salientou que possuem unidades tão feias que só pelo contacto visível as pessoas têm medo de ir lá e estão a inverter esse quadro para que tenhamos uma Polícia de Proximidade.

Esquadrão da morte
Questionado sobre a existência dentro da corporação de um grupo de oficiais com a função de matar os meliantes que já têm o cadastro sujo, semelhante aos “esquadrões da morte”, o subcomissário Leitão Ribeiro retorquiu logo de imediato sem dar tempo ao próprio segundo comandante da Polícia, que descartou tal possibilidade.
“Isso até é uma provocação”, respondeu Leitão Ribeiro, ao passo que o segundo comandante respondeu depois de dar um sorriso. Segundo Paulo de Almeida, em Angola não existe esquadrões da morte, nunca existiu nem no tempo da guerra.
“Isso, se calhar, são filosofias de países com regimes ditatoriais. Nós somos um Estado democrático e de direito. Repudiamos tudo aquilo que seja grupos de morte. Evidentemente que podemos ter grupos operativos para actuar em acções mais delicadas e eles são treinados para isso, mas esses não têm mandato para a morte”, esclareceu Paulo de Almeida, acrescentando que os seus efectivos só têm a autorização de atirar para matar quando for em legítima defesa.

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