terça-feira, 20 de abril de 2010

Air Services nega participação de Higino Carneiro na compra da Puma

A direcção da empresa de aviação Air Services Angola publicou na sexta-feira, 16, em Luanda, um comunicado de imprensa alegando que o general Higino Carneiro não comprou 20% da empresa de aviação civil brasileira Puma Air.
Segundo o comunicado divulgado no noticiário da tarde da Rádio Nacional de Angola (RNA), de acordo o regulamento da empresa o ex-ministro das Obras Públicas não tem poder para fazer tal operação pelo facto de ostentar apenas o título de presidente da mesa da assembleia-geral.
A notícia divulgada pelo semanário angolano Novo Jornal e pelo jornal brasileiro “Folha de São Paulo”, retomada por este blog, dizia que o general Higino Carneiro reforçou o seu império financeiro ao comprar 20% da Puma Air.
A informação divulgada pela RNA contraria os dados avançados pelo suposto sócio de Higino neste negócio, o empresário brasileiro Gleison Gambogi, em entrevista ao conceituado diário brasileiro “Folha de São Paulo”.
Gleison Gambogi terá revelado que a Puma nasceu com capital social de 5 milhões de reais, cerca de 2,8 milhões de dólares. O empresário revelou ter investido 25 milhões de reais (cerca de 14 milhões de dólares), sendo 20% de Angola (2,8 milhões de dólares) e o restante “do próprio bolso” (11,2 milhões de dólares).
A Puma é uma empresa de carácter regional do Estado brasileiro do Pará, mas o empresário e deputado do MPLA prepara-se para transforma-la numa companhia internacional. Objectivo: fazer a rota entre Angola e o Brasil já a partir de Junho.O negócio foi facilitado com a presença de um parceiro brasileiro, já que o tecto legal para participações estrangeiras no sector brasileiro da aviação é de 20%. O empresário Gleison Gambogi de Souza, que trabalhou em Angola durante cinco anos (primeiro enquanto consultor, depois como sócio e vice-presidente da construtora Metro Europa), detém 80% da Puma Air.
Citado pelo conceituado diário brasileiro “Folha de São Paulo”, Gambogi confirmou que fez a sua “vida empresarial em Angola” (a Metro Europa chegou a ter em carteira 1 bilião de dólares em diferentes projectos), tendo estreitado relações com o ex-ministro das Obras Públicas durante o período em que viveu no nosso país.
Para já, a Puma decidiu não montar uma estrutura operacional mas alugar à companhia Gol/VRG um Boeing-767, com tripulação e tudo, numa modalidade conhecida como “wetlease”.Como as regras brasileiras não permitem que uma empresa se aventure no espaço aéreo internacional sem que tenha experiência no mercado doméstico, a Puma foi obrigada a montar primeiro uma operação interna. Como já tinha base no Pará, a Puma escolheu a rota Guarulhos-Macapá-Belém. O voo também será feito com um avião da Gol, um Boeing-737. Por conta do risco envolvido no negócio, os contratos firmados entre a Gol e esta companhia, prevêem pagamento antecipado, segundo o “Folha”.
O consórcio espera agora as diferentes autorizações para começar a operar nas rotas definidas.

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