quarta-feira, 24 de março de 2010

Granada mata duas crianças e deixa quatro feridas no Cazenga

Duas crianças morreram e quatro ficaram feridas em consequência da explosão de uma granada que ocorreu por volta das 19 horas da sexta-feira, 12, no interior de uma residência localizada na comuna do Tala Hady, município do Cazenga.
Salvador da Costa, pai do pequeno Aguinaldo Gregório, de seis anos, conta que as duas crianças que morreram, nomeadamente, Nicol Domingas e Genivaldo Kiluanji, de seis e dois anos, deram entrada no Hospital Américo Boavida com os intestinos fora do lugar e não resistiram por muito tempo.
Domingas João, mãe da malograda Nicol, disse que alguns minutos antes de a granada rebentar ela se encontrava a brincar com duas outras crianças, na varanda da sua casa. “Depois da explosão notei que a minha filha mais velha estava deitada no chão”, frisou.
Os vizinhos socorreram as crianças que estavam próximo da zona do explosivo e nem sequer deram conta que a pequena Nicol e o seu primo Genivaldo também tinham sido atingidos. Só algumas horas mais tarde os dois foram encaminhados para um posto médico local.
Salvador da Costa atesta que o engenho que rebentou se encontrava no meio de um pequeno amontoado de lixo que uma das suas vizinhas recolheu ao fazer a arrumação do quintal. “Vivemos numa residência com um vasto quintal comum que tem várias inquilinas e cada uma delas tem nhamos assistindo nos últimos anos, os familiares das crianças dizem que foram recebidos com prontidão pelos técnicos de saúde do Hospital Américo Boavida, mas que os seus pacientes tiveram que aguardar mais de duas horas para serem atendidos.
“Quando chegamos a esta unidade hospitalar os nossos filhos receberam prontamente os primeiros socorros que se consubstanciaram em retiraremlhes os estilhaços e encaminharem-nos para uma das salas para fazermos a transfusão de sangue”, frisou.
“Minutos antes da explosão aconselhei-a a afastar o fogo da viatura Toyota Starlet que ali se encontra, para evitar um desastre e ela assim o fez, mas como podes ver nem o veículo foi poupado”, disse apontado para um buraco feito na chaparia do carro pelos estilhaços. Revelando que estava a dez metros de distância do local onde explodiu o engenho, Salvador da Costa conta que as crianças não estavam a brincar nas varreduras, mas sim num pequeno passeio que se encontrava próximo da fogueira.
No momento em que tudo aconteceu, o nosso interlocutor pensou que o barulho foi provocado pela explosão de um dos pneus de uma viatura Toyota Hiace que circulava pela rua. Um minuto depois, Salvador da Costa ouviu as vizinhas a chorar e foi ajudar.
“Quando cheguei encontrei as crianças estendidas no chão e os pais a tentarem socorrê-las. Como naquele instante não conseguíamos identificar quem é quem, procuramos apenas transportá-las para o hospital. Na confusão, o pai da menina Tina Isabel, de 6 anos, que se encontra hospitalizada, acabou por levar outra pessoa no hospital pensando que fosse ela”.
Apesar de ainda ter estilhaços em algumas partes do corpo e de estar a coxear, o pequeno Aguinaldo Gregório já está fora do hospital.

Américo Boavida em prontidão
Contrariamente ao cenário que vínhamos assistindo nos últimos anos, os familiares das crianças dizem que foram recebidos com prontidão pelos técnicos de saúde do Hospital Américo Boavida, mas que os seus pacientes tiveram que aguardar mais de duas horas para serem atendidos.
“Quando chegamos a esta unidade hospitalar os nossos filhos receberam prontamente os primeiros socorros que se consubstanciaram em retiraremlhes os estilhaços e encaminharem-nos para uma das salas para fazermos a transfusão de sangue”, frisou.
Salvador da Costa conta que os pacientes que estavam mais graves foram encaminhados para a sala de operações, mas que por falta de médicos especialistas tiveram que ser transferidos para o Hospital Josina Machel.
“Lamento muito o caso da menina Tina Isabel que já tinha problema de vista, ficou com um braço e um dos membros inferiores partidos por duas vezes e esperou muito tempo para ser atendida pelos técnicos do Banco de Urgência do Américo Boavida”, explicou.
Das quatro crianças que foram encaminhadas para o hospital, apenas Tina continua internada. Salvador da Costa manifestou-se bastante surpreendido com o sucedido por residir naquele local e nunca ter pensado que ali existia explosivo, uma vez que várias crianças brincam no recinto.
“Resta-nos apenas saber se o objecto já estava enterrado naquele local há vários anos ou se foi arremessado ao fogo”, disse. Os moradores receberam nos últimos dias à visita de peritos do Comando Municipal e do administrador comunal do Tala Hady.

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