O exercito esta pronto para efectuar operações de manutenção de paz em vários pontos do globo
A ideia de escrever este texto surgiu depois de ter sido escalado para cobrir a cerimónia de início do exercício Golfinho fase I NAPEX (Exercício no Mapa), da tropa da SADC, que se realizou de 22 a 28 de Fevereiro último na unidade da brigada de forças especiais das FAA, baseada na região de Cabo Ledo.
Ao chegarmos no terminal militar do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, no meu humilde Toyota Starlet bolinha, fomos confrontados com as primeiras barreiras imposta pelos sentinelas. “Não sabemos de nada”, esta frase que já é muito comum quando se esta a fazer investigação jornalística não me surpreendeu. Porque, certamente, só convidaram-nos para reportar este acontecimento porque saber que o órgão tem um pendor público privado.
Perdemos cerca de meia hora circular por aquele labirinto e só depois de muita insistências é que fomos encaminhados para o local certo por um deles. Ao chegar-mos lá, fomos informados que não poderíamos embarcar porque o helicóptero que tinha a missão de levar os jornalistas descolou três minutos antes da nossa chegada.
Tristes e desesperados com a situação, Nuno Santo, o repórter-fotográfico que trabalhava comigo, tentou recorrer da decisão do major que coordenava a saída dos voos, junto de um brigadeiro. Feliz e infelizmente este não se fez de rogado e mandou-nos esperar.
Felizmente porquê? Ou é feliz ou infeliz, não poder ser as duas coisas ao mesmo tempo. Esta certamente deve ser o ponto de vista de uns, tal como existem o de outras pessoas, mas o mais importante no meio de tudo isso é aceitarmos e respeitarmos o ponto de vista de cada um, porque isso é sinal de democracia. Bom sem querer dar lição a ninguém volto onde estava. Dizia feliz, por um lado, porque tinha se livrado de andar no helicóptero militar, onde o barulho é tão alto que pode provocar problemas auditivos. E, a acrescento a isso, o facto de ter conseguido depois de quase uma hora a espera pelos número um tanto do Comando Geral da Polícia como das Forças Armadas Angolanas que embarcariam num luxuoso avião militar de pequeno porte. Não aqueles Boeing russo, barulhentos da segunda guerra mundial.
Nuno Santos, com um ar meio entristecido, manifestou-se descontentes porque via escapar das suas mãos a oportunidade de fazer belas fotografias via aérea. Certamente estas fotos seriam de grande utilidade para o jornal.
Depois de alguns minutos de espera eis que chegava ao terminal o comandante geral da Polícia, Ambrósio de Lemos. Ao aperceberem-se da sua entrada, os oficiais superiores das FAA, ficaram-se intactos e perfilados para fazerem a devida continência. De seguida, Ambrósio de Lemos foi encaminhado para uma sala onde foi recebido por um dos generais.
Permanecemos no exterior muito tempo, até sermos encaminhados para uma pequena aeronave luxuosa das FAA onde partiríamos. Pilotada por russos. Será que não temos pilotos a altura de executarem este serviço? Eis a questão que não encontrei até agora uma resposta aceitável. No interior da aeronave entrou um grupo de jovens bailarinos que tinham sido contratados para animarem a parte cultural do evento. A falta de hábito e a teimosia levou um dos integrantes do grupo a mostrar resistência ao ser solicitado por Nuno Santos para desligar o telemóvel e um microcomputador. “Desliga o telemóvel e essa tua maquina senão vais matar-nos a todos”, apelou. E de seguida ouviu a voz do jovem dizendo “kota isso não faz mal a ninguém, pode ficar descansado”, a aeronave estava preste a descolar quando uma voz feminina voltou a abordar o mesmo assunto, mas com um tom de pânico “sou a única filha da minha mãe, ainda não dei neto e sou muito jovem para morrer numa brincadeira”.
Do céu vimos uma parte da costa marítima de uma bela cidade. Era Luanda. Os navios que circulam pelos mares luandense abrilhantam ainda mais os mares. Em menos de 20 minutos estávamos nós a aterrar na pista de Cabo Ledo, província do Bengo. Chegamos mais sedo que o helicóptero que transportava os “boss”.
Ao se aproximar do pequeno aeródromo, alguns minutos depois, os oficias superiores das FAA e os convidados especiais, levantaram-se para recebe-los. Ouvia-se o hino da república cantado por militares. Para surpresa dos jornalistas e dos convidados, não era o Chefe do Estado-maior, general Francisco Furtado, nem o Comandante Geral da Polícia, Ambrósio de Lemos quem desceram do veículo. Em substituição deste último apareceu o segundo comandante geral Paulo de Almeida.
Partimos do terminal para o local onde decorreriam os discursos de abertura e de boas vindas aos participantes. Tivemos que trepar nas viaturas como se fossemos militares e confesso que foi um belo exercício. Entretanto, isso não diminuiu a grandiosidade do evento. Eis que o chefe adjunto do Estado-Maior General das FAA, general Geraldo Sachipengo Nunda, afirmou que a brigada da SADC está em estado de alerta e desde a sua criação até a presente data, verificou progressos quanto a organização e participação dos estados membros em operações de manutenção de paz em vários pontos do globo.
Prosseguindo com o seu discurso, Nunda apelou “não devemos limitar aos resultados alcançados, mas sim, com afinco e rigor, estabelecer relações de cooperação de solidariedade cada vez mais abrangente, com vista ao alcance e preservação dos interesses e objectivos comuns que estiveram na base da criação da brigada em estado de alerta da comunidade regional”.
As suas palavras eram traduzidas simultaneamente em inglês para que os tropas sul-africanos e namibianos pudessem compreender. Salientou que se deve ainda ter em conta, a SADC como uma comunidade com um futuro compartilhado, através de uma estratégia de integração regional.
O General Nunda referiu a necessidade de continuar a reflectir sobre o tipo de estrutura que a brigada deve ter, de forma a melhora-la e encontrar-se mecanismos que a torne numa força cada vez mais eficaz e eficiente, e com capacidade de dar resposta a qualquer situação.
O exercício Golfinho visa preparar a brigada para operações de manutenção de paz, de forma multidimencional, em conformidade com o roteiro da força em estado de alerta da União Africana.
Desenvolver e melhorar a cooperação regional no campo de operações de apoio a paz, demonstrar o compromisso dos estados membros da SADC, em participar na formação e nas operações de apoio a paz, praticar e avaliar a doutrina da SADC na planificação e execução de operações de apoio a paz, testemunhar e avaliar o comando, controlo, comunicações e sistemas de informação são outros objectivos que se pretende atingir com este exercício.
Após a abertura da cerimónia, os convidados e participantes ao exercício receberam uma breve explicação sobre este exercício com a duração de sete dias.
Testemunharam a cerimónia de abertura, representantes do órgão de política, defesa e segurança da SADC, oficiais generais ligados a planificação do exercício, representantes dos estados membros da SADC, dirigentes militares do comando central das FAA e convidados.
A Brigada em Estado de Alerta tem realizado missões de observação e controlo, apoio a pacificação, intervenção num Estado membro, de modo a restaurar a paz e a segurança, prevenção contra um diferendo ou eventual conflito em curso, impedindo que se agrave ou alastre para áreas ou estados vizinhos, prestação de assistência humanitária, desarmamento e desmobilização pós-conflito.
No exercício das suas funções deve, sempre que necessário, cooperar com a Organização das Nações Unidas (ONU), suas agências e outras organizações internacionais, e organismos regionais, bem como as autoridades locais.
Os efectivos da BEA estão baseados nos seus respectivos países, movimentando-se apenas em caso de serem solicitados para uma eventual intervenção ou missão de paz.
São membros da SADC, além de Angola, a África do Sul, Botswana, Ilhas Maurícias, Lesotho, Malawi, Moçambique, Madagáscar, Namíbia, RDC, Congo, Suazilândia, Zâmbia e Zimbabwe.
Depois de ouvirmos todos os intervenientes fizemos o mesmo exercício para subir na viatura e regressamos para Luanda, no luxuoso voos. Depois de ter tido um dedo de prosa com o brigadeiro Uala que esteve a coordenar o exercício. O conteúdo da conversa poderei abordar em próximas ocasiões. A reportagem foi feita, mas não publicada no O País.
Ao chegarmos no terminal militar do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, no meu humilde Toyota Starlet bolinha, fomos confrontados com as primeiras barreiras imposta pelos sentinelas. “Não sabemos de nada”, esta frase que já é muito comum quando se esta a fazer investigação jornalística não me surpreendeu. Porque, certamente, só convidaram-nos para reportar este acontecimento porque saber que o órgão tem um pendor público privado.
Perdemos cerca de meia hora circular por aquele labirinto e só depois de muita insistências é que fomos encaminhados para o local certo por um deles. Ao chegar-mos lá, fomos informados que não poderíamos embarcar porque o helicóptero que tinha a missão de levar os jornalistas descolou três minutos antes da nossa chegada.
Tristes e desesperados com a situação, Nuno Santo, o repórter-fotográfico que trabalhava comigo, tentou recorrer da decisão do major que coordenava a saída dos voos, junto de um brigadeiro. Feliz e infelizmente este não se fez de rogado e mandou-nos esperar.
Felizmente porquê? Ou é feliz ou infeliz, não poder ser as duas coisas ao mesmo tempo. Esta certamente deve ser o ponto de vista de uns, tal como existem o de outras pessoas, mas o mais importante no meio de tudo isso é aceitarmos e respeitarmos o ponto de vista de cada um, porque isso é sinal de democracia. Bom sem querer dar lição a ninguém volto onde estava. Dizia feliz, por um lado, porque tinha se livrado de andar no helicóptero militar, onde o barulho é tão alto que pode provocar problemas auditivos. E, a acrescento a isso, o facto de ter conseguido depois de quase uma hora a espera pelos número um tanto do Comando Geral da Polícia como das Forças Armadas Angolanas que embarcariam num luxuoso avião militar de pequeno porte. Não aqueles Boeing russo, barulhentos da segunda guerra mundial.
Nuno Santos, com um ar meio entristecido, manifestou-se descontentes porque via escapar das suas mãos a oportunidade de fazer belas fotografias via aérea. Certamente estas fotos seriam de grande utilidade para o jornal.
Depois de alguns minutos de espera eis que chegava ao terminal o comandante geral da Polícia, Ambrósio de Lemos. Ao aperceberem-se da sua entrada, os oficiais superiores das FAA, ficaram-se intactos e perfilados para fazerem a devida continência. De seguida, Ambrósio de Lemos foi encaminhado para uma sala onde foi recebido por um dos generais.
Permanecemos no exterior muito tempo, até sermos encaminhados para uma pequena aeronave luxuosa das FAA onde partiríamos. Pilotada por russos. Será que não temos pilotos a altura de executarem este serviço? Eis a questão que não encontrei até agora uma resposta aceitável. No interior da aeronave entrou um grupo de jovens bailarinos que tinham sido contratados para animarem a parte cultural do evento. A falta de hábito e a teimosia levou um dos integrantes do grupo a mostrar resistência ao ser solicitado por Nuno Santos para desligar o telemóvel e um microcomputador. “Desliga o telemóvel e essa tua maquina senão vais matar-nos a todos”, apelou. E de seguida ouviu a voz do jovem dizendo “kota isso não faz mal a ninguém, pode ficar descansado”, a aeronave estava preste a descolar quando uma voz feminina voltou a abordar o mesmo assunto, mas com um tom de pânico “sou a única filha da minha mãe, ainda não dei neto e sou muito jovem para morrer numa brincadeira”.
Do céu vimos uma parte da costa marítima de uma bela cidade. Era Luanda. Os navios que circulam pelos mares luandense abrilhantam ainda mais os mares. Em menos de 20 minutos estávamos nós a aterrar na pista de Cabo Ledo, província do Bengo. Chegamos mais sedo que o helicóptero que transportava os “boss”.
Ao se aproximar do pequeno aeródromo, alguns minutos depois, os oficias superiores das FAA e os convidados especiais, levantaram-se para recebe-los. Ouvia-se o hino da república cantado por militares. Para surpresa dos jornalistas e dos convidados, não era o Chefe do Estado-maior, general Francisco Furtado, nem o Comandante Geral da Polícia, Ambrósio de Lemos quem desceram do veículo. Em substituição deste último apareceu o segundo comandante geral Paulo de Almeida.
Partimos do terminal para o local onde decorreriam os discursos de abertura e de boas vindas aos participantes. Tivemos que trepar nas viaturas como se fossemos militares e confesso que foi um belo exercício. Entretanto, isso não diminuiu a grandiosidade do evento. Eis que o chefe adjunto do Estado-Maior General das FAA, general Geraldo Sachipengo Nunda, afirmou que a brigada da SADC está em estado de alerta e desde a sua criação até a presente data, verificou progressos quanto a organização e participação dos estados membros em operações de manutenção de paz em vários pontos do globo.
Prosseguindo com o seu discurso, Nunda apelou “não devemos limitar aos resultados alcançados, mas sim, com afinco e rigor, estabelecer relações de cooperação de solidariedade cada vez mais abrangente, com vista ao alcance e preservação dos interesses e objectivos comuns que estiveram na base da criação da brigada em estado de alerta da comunidade regional”.
As suas palavras eram traduzidas simultaneamente em inglês para que os tropas sul-africanos e namibianos pudessem compreender. Salientou que se deve ainda ter em conta, a SADC como uma comunidade com um futuro compartilhado, através de uma estratégia de integração regional.
O General Nunda referiu a necessidade de continuar a reflectir sobre o tipo de estrutura que a brigada deve ter, de forma a melhora-la e encontrar-se mecanismos que a torne numa força cada vez mais eficaz e eficiente, e com capacidade de dar resposta a qualquer situação.
O exercício Golfinho visa preparar a brigada para operações de manutenção de paz, de forma multidimencional, em conformidade com o roteiro da força em estado de alerta da União Africana.
Desenvolver e melhorar a cooperação regional no campo de operações de apoio a paz, demonstrar o compromisso dos estados membros da SADC, em participar na formação e nas operações de apoio a paz, praticar e avaliar a doutrina da SADC na planificação e execução de operações de apoio a paz, testemunhar e avaliar o comando, controlo, comunicações e sistemas de informação são outros objectivos que se pretende atingir com este exercício.
Após a abertura da cerimónia, os convidados e participantes ao exercício receberam uma breve explicação sobre este exercício com a duração de sete dias.
Testemunharam a cerimónia de abertura, representantes do órgão de política, defesa e segurança da SADC, oficiais generais ligados a planificação do exercício, representantes dos estados membros da SADC, dirigentes militares do comando central das FAA e convidados.
A Brigada em Estado de Alerta tem realizado missões de observação e controlo, apoio a pacificação, intervenção num Estado membro, de modo a restaurar a paz e a segurança, prevenção contra um diferendo ou eventual conflito em curso, impedindo que se agrave ou alastre para áreas ou estados vizinhos, prestação de assistência humanitária, desarmamento e desmobilização pós-conflito.
No exercício das suas funções deve, sempre que necessário, cooperar com a Organização das Nações Unidas (ONU), suas agências e outras organizações internacionais, e organismos regionais, bem como as autoridades locais.
Os efectivos da BEA estão baseados nos seus respectivos países, movimentando-se apenas em caso de serem solicitados para uma eventual intervenção ou missão de paz.
São membros da SADC, além de Angola, a África do Sul, Botswana, Ilhas Maurícias, Lesotho, Malawi, Moçambique, Madagáscar, Namíbia, RDC, Congo, Suazilândia, Zâmbia e Zimbabwe.
Depois de ouvirmos todos os intervenientes fizemos o mesmo exercício para subir na viatura e regressamos para Luanda, no luxuoso voos. Depois de ter tido um dedo de prosa com o brigadeiro Uala que esteve a coordenar o exercício. O conteúdo da conversa poderei abordar em próximas ocasiões. A reportagem foi feita, mas não publicada no O País.
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