Os sete ex-agentes da Polícia Nacional, condenados no célebre “Caso Frescura”, foram recebidos nas instalações da Comarca de Viana com vaias, apupos e ameaças de agressão física e de morte por alguns membros da população prisional residentes naquele estabelecimento, soube O PAÍS.
Os sete deverão cumprir os 24 anos de prisão naquele estabelecimento a que foram condenados, depois de lhes ter sido ditada a sentença no passado dia 22 de Março pelo Tribunal Provincial de Luanda.
Junto de familiares de um dos exagentes condenados, o jornal apurou que mal estes desembarcaram da viatura celular, os seus novos colegas os receberam com ofensas verbais e gestos agressivos e o pior só não aconteceu devido a pronta intervenção de guardas prisionais destacados no local.
Por esta razão, Faustino Alberto, Simão Pedro, João Florença “Tchutchu”, Manuel Barros André, Miguel Francisco “Mitcha”, Helquias Bartolomeu e João Raposo de Almeida “Pai Grande”, os novos inquilinos da Comarca de Viana, foram colocados em camaratas, longe dos seus potenciais algozes.
Durante os dias em que se encontram encarcerados na Comarca de Viana, o sentimento dos ex-agentes protagonistas do célebre “Caso Frescura” é de medo, a julgar pelas constantes ameaças de agressão física e de morte que lhes são infligidas diariamente pelos seus colegas encarcerados, afirmou a nossa fonte.
O comportamento de alguns detidos para com os ex-agentes da Polícia Nacional terá a ver, segundo a mesma fonte, com o facto de os novos condenados, enquanto membros da corporação do Comando Municipal do Sambizanga, onde estavam colocados, terem intervindo na sua captura.
“Hoje, assiste-se a uma espécie de vontade de desforra, estando alguns daqueles jovens, até então considerados altamente perigosos, imbuídos da ideia de acertos de contas, porque reconhecem que alguns daqueles ex-agentes da Polícia Nacional participaram na sua detenção”, disse o familiar.
A julgar pelo clima tenso que se vive na Comarca de Viana, os familiares dos sete ex-agentes da Polícia Nacional condenados no “Caso Frescura”, temem pela segurança dos seus entes, um sentimento que, segundo a fonte deste semanário, também é manifestado por eles.
Como medida de precaução, os ex-agentes da Polícia Nacional foram orientados pela direcção do estabelecimento prisional, bem como pelos seus colegas da corporação a não comerem a comida confeccionada na cozinha da Comarca de Viana, dependendo apenas dos mantimentos entregues directamente pelos seus familiares. Os sete ex-agentes da Polícia Nacional foram condenados no passado dia 22 de Março, depois de julgados pelo Tribunal Provincial de Luanda por crimes de homicídio qualificado, que resultaram na morte de oito jovens, na zona da Frescura, no município do Sambizanga, em Junho de 2008.
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