O ex-primeiro-ministro da República de Angola, Marcolino Moco, revela numa carta endereçada ao secretário-geral do MPLA, Julião Mateus Paulo (Dino Matrosse), que este partido tem uma enorme capacidade de distorcer e manipular as coisas.
No documento enviado ao secretário-geral do partido maioritário, no dia 29 de Novembro, o autor apresenta as suas conclusões sobre o encontro que tiveram cinco dias antes, isso é no dia 24, na Assembleia Nacional.
“Como vocês gostam de distorcer as coisas, guardo cópia deste documento que será distribuído a meus familiares e amigos e, quem sabe, chegará aos militantes de corações abertos, que ainda não os fecharam, ante a vossa inigualável capacidade de manipulação! (...)”, Lê-se na missiva que o Tribuna da Kianda teve acesso.
Marcolino Moco declara que como docente, conferencista e cidadão ninguém o obrigará a distorcer as suas convicções científicas, a favor de ideias de um partido qualquer, por mais maioritário que seja.
“É aí que vocês inventam que eu falo mal do presidente do partido, quando as referências são feitas a um cidadão que é Chefe de Estado e especialmente Chefe de Governo num momento importante, em que todos nós temos o dever cívico de contribuir sem medo. Para mim o termo da vovó Xica de Valdemar Basto: “não fala política”, já lá vai há muito tempo. Paradoxalmente, o camarada Dino Matrosse foi um dos grandes obreiros desta gesta. É pena! Era para nos tirarem o medo dos estrangeiros e nos trazerem o vosso medo? Eu recuso-me a tremer perante qualquer tipo de novos medos”.
O então secretário-geral do MPLA classificou como degradante o encontro que inicialmente estava previsto como sendo uma troca de ideias entre “camaradas”, tendo em conta os argumentos apresentado pelo emissário do Dino Matrosse, que responde pelo nome de Faustino, que o convenceu a se fazer presente na Assembleia Nacional.
“Aquilo foi degradante, não sei quantas vezes, do que o meu encontro com os camaradas João Lourenço, Paulo Jorge e Nvunda, em 2001, quando opinava publicamente sobre a urgência da paz. Devo reconhecer hoje, ter sido injusto com eles porque foram certamente pessoas como o camarada Dino Matrosse que os empurraram para aquele cenário, que até não foi tão triste assim, até bastante cordial”, frisa o documento.
O também professor universitário, declarou que pela forma como decorreu o encontro, não está disponível em repetir, a não ser que em debate público. “Pela forma arrogante como me falou não vou mais insistir nas opiniões que tentei trocar consigo, porque vi que o senhor não estava interessado em dialogar, mas apenas em tentar impor-me ideias que - diga-se, mais do que imaginativa, horrorosamente atávicas”, lê-se.
Marcolino Moco reitera no documento que por sua livre vontade continua ligado sentimentalmente ao MPLA e que tal vez deixe de fazer essa referência pública e que os mais altos responsáveis do partido são seus amigos.
“ (...) conservando o meu respeito ao presidente do partido, mas sem temor (como temer um combatente na luta contra o medo colonial e não só!), é que são vocês que o apoquentam com a ideia de que qualquer referência a ele, desde que seja crítica (mesmo quando positiva) é falta de respeito, é falar mal do Chefe de Estado, etc”.
Na missiva consta que durante o encontro, Dino Matrosse fez referências de forma sobrenceira e até ameaçadora sobre o camarada Chipenda (por quem nutre um grande respeito), Paulino Pinto João (considera degradante) e de Jonas Savimbi (se não andasse distraído saberia que eu nunca entendi bem as suas razões) foi das coisas mais inacreditáveis da sua vida.
“O camarada Matrosse a deixar transparecer que me presto a mendigar os vossos favores ou que tenho medo de perder a vossa protecção? Ainda não se apercebeu que não?”.
Mostrando-se bastante confiante com a ajuda que poderá receber dos seus familiares, amigos e sobre tudo os habitantes da província do Huambo caso seja “abandonado” pelos regime, Marcolino Moco garantiu que não lhes pedirá socorro nem que tenha que se alimentar unicamente de raízes e ervas. Mas, explicou que isso não significa que dispensará os seus direitos e garantias que lhe é devido perante algumas instituições do Estado.
“Declino o convite que o camarada diz ter pedido para mim, ao presidente do partido, para ser convidado ao VI Congresso do MPLA. Não aceito a perspectiva chantagista, condicionante e ameaçadora que deixou transparecer do tipo: se não for então que não se arrependa ou então será abandonado”.
Baseando-se na importância da queda Muro de Berlim, em 1989, o autor assina como “o militante livre do MPLA, diz que desde esta data que está preparado espiritual e psicologicamente para não viver a custa de lugares em qualquer partido. E que passa aos seus alunos a seguinte mensagem: “preparem-se como bons profissionais, para a vida. Podem aderir a partidos ou assumir cargos políticos, mas não dependam deles em nenhum sentido, porque podem ser enxovalhados, em alguma altura”.
De forma aparentemente arrogante, Marcolino Moco diz que espera nunca mais ser perturbado quando falar, nas vestes de cidadão e estudioso do Direito. “Se a questão é alguma comunicação social, que ainda não se vergou às vossas pressões, andar a divulgar as minhas ideias, o problema não é meu. Mandem fechar tudo o que não fale a vosso favor e deixem-me em paz”, desabafou.
Analisando o estado em que se encontra actualmente o partido, o antigo “primier” aconselhou o seu interlocutor e os demais dirigentes a olharem à volta e verem como arrastam o MPLA à situação de ser o mais retrógrado dos então chamados partidos progressistas de África. “Incapazes de perdoar, do fundo do coração (já nem falo da UNITA e dos chamados "fraccionistas") até os próprios fundadores do nosso glorioso partido, como os irmãos e primos Pinto de Andrade, e Viriato da Cruz, de cujo punho brotaram estrofes esplendorosas, para uma África chorosa mas em busca da liberdade. Usando palavras de outro vate da liberdade, o Viriato da pena leve e elegante que riscou o próprio Manifesto, donde nasceria uma das mais notáveis siglas da humanidade. Sigla que vocês vão, hoje, transmitindo às novas gerações, como o símbolo do culto e da carreira atrás de enxurradas de dinheiro e de honrarias balofas”.
No documento enviado ao secretário-geral do partido maioritário, no dia 29 de Novembro, o autor apresenta as suas conclusões sobre o encontro que tiveram cinco dias antes, isso é no dia 24, na Assembleia Nacional.
“Como vocês gostam de distorcer as coisas, guardo cópia deste documento que será distribuído a meus familiares e amigos e, quem sabe, chegará aos militantes de corações abertos, que ainda não os fecharam, ante a vossa inigualável capacidade de manipulação! (...)”, Lê-se na missiva que o Tribuna da Kianda teve acesso.
Marcolino Moco declara que como docente, conferencista e cidadão ninguém o obrigará a distorcer as suas convicções científicas, a favor de ideias de um partido qualquer, por mais maioritário que seja.
“É aí que vocês inventam que eu falo mal do presidente do partido, quando as referências são feitas a um cidadão que é Chefe de Estado e especialmente Chefe de Governo num momento importante, em que todos nós temos o dever cívico de contribuir sem medo. Para mim o termo da vovó Xica de Valdemar Basto: “não fala política”, já lá vai há muito tempo. Paradoxalmente, o camarada Dino Matrosse foi um dos grandes obreiros desta gesta. É pena! Era para nos tirarem o medo dos estrangeiros e nos trazerem o vosso medo? Eu recuso-me a tremer perante qualquer tipo de novos medos”.
O então secretário-geral do MPLA classificou como degradante o encontro que inicialmente estava previsto como sendo uma troca de ideias entre “camaradas”, tendo em conta os argumentos apresentado pelo emissário do Dino Matrosse, que responde pelo nome de Faustino, que o convenceu a se fazer presente na Assembleia Nacional.
“Aquilo foi degradante, não sei quantas vezes, do que o meu encontro com os camaradas João Lourenço, Paulo Jorge e Nvunda, em 2001, quando opinava publicamente sobre a urgência da paz. Devo reconhecer hoje, ter sido injusto com eles porque foram certamente pessoas como o camarada Dino Matrosse que os empurraram para aquele cenário, que até não foi tão triste assim, até bastante cordial”, frisa o documento.
O também professor universitário, declarou que pela forma como decorreu o encontro, não está disponível em repetir, a não ser que em debate público. “Pela forma arrogante como me falou não vou mais insistir nas opiniões que tentei trocar consigo, porque vi que o senhor não estava interessado em dialogar, mas apenas em tentar impor-me ideias que - diga-se, mais do que imaginativa, horrorosamente atávicas”, lê-se.
Marcolino Moco reitera no documento que por sua livre vontade continua ligado sentimentalmente ao MPLA e que tal vez deixe de fazer essa referência pública e que os mais altos responsáveis do partido são seus amigos.
“ (...) conservando o meu respeito ao presidente do partido, mas sem temor (como temer um combatente na luta contra o medo colonial e não só!), é que são vocês que o apoquentam com a ideia de que qualquer referência a ele, desde que seja crítica (mesmo quando positiva) é falta de respeito, é falar mal do Chefe de Estado, etc”.
Na missiva consta que durante o encontro, Dino Matrosse fez referências de forma sobrenceira e até ameaçadora sobre o camarada Chipenda (por quem nutre um grande respeito), Paulino Pinto João (considera degradante) e de Jonas Savimbi (se não andasse distraído saberia que eu nunca entendi bem as suas razões) foi das coisas mais inacreditáveis da sua vida.
“O camarada Matrosse a deixar transparecer que me presto a mendigar os vossos favores ou que tenho medo de perder a vossa protecção? Ainda não se apercebeu que não?”.
Mostrando-se bastante confiante com a ajuda que poderá receber dos seus familiares, amigos e sobre tudo os habitantes da província do Huambo caso seja “abandonado” pelos regime, Marcolino Moco garantiu que não lhes pedirá socorro nem que tenha que se alimentar unicamente de raízes e ervas. Mas, explicou que isso não significa que dispensará os seus direitos e garantias que lhe é devido perante algumas instituições do Estado.
“Declino o convite que o camarada diz ter pedido para mim, ao presidente do partido, para ser convidado ao VI Congresso do MPLA. Não aceito a perspectiva chantagista, condicionante e ameaçadora que deixou transparecer do tipo: se não for então que não se arrependa ou então será abandonado”.
Baseando-se na importância da queda Muro de Berlim, em 1989, o autor assina como “o militante livre do MPLA, diz que desde esta data que está preparado espiritual e psicologicamente para não viver a custa de lugares em qualquer partido. E que passa aos seus alunos a seguinte mensagem: “preparem-se como bons profissionais, para a vida. Podem aderir a partidos ou assumir cargos políticos, mas não dependam deles em nenhum sentido, porque podem ser enxovalhados, em alguma altura”.
De forma aparentemente arrogante, Marcolino Moco diz que espera nunca mais ser perturbado quando falar, nas vestes de cidadão e estudioso do Direito. “Se a questão é alguma comunicação social, que ainda não se vergou às vossas pressões, andar a divulgar as minhas ideias, o problema não é meu. Mandem fechar tudo o que não fale a vosso favor e deixem-me em paz”, desabafou.
Analisando o estado em que se encontra actualmente o partido, o antigo “primier” aconselhou o seu interlocutor e os demais dirigentes a olharem à volta e verem como arrastam o MPLA à situação de ser o mais retrógrado dos então chamados partidos progressistas de África. “Incapazes de perdoar, do fundo do coração (já nem falo da UNITA e dos chamados "fraccionistas") até os próprios fundadores do nosso glorioso partido, como os irmãos e primos Pinto de Andrade, e Viriato da Cruz, de cujo punho brotaram estrofes esplendorosas, para uma África chorosa mas em busca da liberdade. Usando palavras de outro vate da liberdade, o Viriato da pena leve e elegante que riscou o próprio Manifesto, donde nasceria uma das mais notáveis siglas da humanidade. Sigla que vocês vão, hoje, transmitindo às novas gerações, como o símbolo do culto e da carreira atrás de enxurradas de dinheiro e de honrarias balofas”.
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