Gestores de restaurantes a céu aberto não estão preocupados. Administradores das casas nocturnas já mudaram os regulamentos internos por causa do fumo. O restaurante O Cortiço, na Maianga, foi o ponto de partida da equipa de reportagem deste jornal.
A sua gestora, Emília Pena, realçou que antes de o decreto-lei ter sido aprovado, o seu estabelecimento já impunha algumas restrições aos clientes fumadores para que não prejudicassem a saúde dos não fumadores.
No Cortiço, os clientes fumadores são orientados a consumirem somente na esplanada e não no interior do restaurante. Trata-se de um procedimento estabelecido desde a sua fundação. A regra faz com que a direcção de O Cortiço receba menos reclamações, tendo em conta que os clientes não-fumadores estão consciencializados de que os fumadores devem ficar na parte exterior e os outros no interior.
“Garanto-vos que são poucos os clientes que fumam. Neste número ínfimo existem uns que transmitem até o seu mau odor aos outros”, contou Emília Pena. Logo que leu no Jornal de Angola, que o Governo acabara de proibir as pessoas de fumarem em locais públicos, a gestora hoteleira ofereceu um exemplar a um cliente que fuma mais de um maço por dia. “
A primeira reacção não foi a esperada pelo facto de o cliente, cujo nome não vou revelar, ter questionado de seguida se com esse gesto estava a obrigá-lo a deixar de fumar”, explicou Emília Pena, assegurando que “há pessoas bem-educadas que aceitam e existem outras que são rebeldes. Reagem de forma negativa, mas isso não nos impedirá de prosseguirmos com a nossa campanha”.
À entrada da Pastelaria Nilo, no José Pirão, existe um letreiro em que se pode ler: “Por favor evite fumar”. Preocupados com os riscos que o fumo pode provocar à saúde, os responsáveis deste estabelecimento afixaram o mesmo conselho junto ao caixa e à entrada dos balneários, para evitar que os clientes fumem no seu interior.
Contrariamente à Nilo, quem for ao restaurante Somel encontra logo um convite ao fumo através de um letreiro de promoção das marcas de cigarro Marlboro e Rhotmans. O tiro é corrigido com um outro letreiro, onde se pode divisar: “fumar é um risco para a saúde”.
A gerente da Somel, identificada apenas como Filomena, recusou prestar declarações, alegando que não vendem cigarros e que a sua instituição está mais virada à prestação de serviços de Take Away. Os clientes, segundo ela, não fumam no interior do estabelecimento.
Não estão nem aí
Carla Martins e António Ferreira são os gerentes dos restaurantes Fan Club e Cais 4, à entrada da Ilha de Luanda. Ambos foram unânimes em afirmar que a lei não abrange os empreendimentos que dirigem por estarem ao ar livre. “Vendemos cigarros, sim. E a lei não abrange os restaurantes a céu aberto como os nossos”, garantiram ao Tribuna da Kianda os dois gestores.
António Ferreira, do Caís 4, salientou mesmo que “não vejo necessidade alguma de as pessoas serem proibidas de fumar em locais a céu aberto como nosso, porque se tivermos de proibi-los devíamos fazer o mesmo com os aviões que sobrevoam o nosso espaço aéreo. Eles poluem mais o ambiente do que os fumadores”.
Tido como um dos locais mais frequentados de Luanda nos últimos tempos, os visitantes e clientes do Belas Shopping são informados logo à entrada, através de outdoors, que não é permitido fumar. Mas, eram sensivelmente 15 horas e 30 minutos quando constatamos inúmeros cidadãos no restaurante e cafetaria “Só Peso”, outro cartão-de-visita desta superfície comercial, a fumarem sem quaisquer preconceitos.
“Não posso prestar qualquer esclarecimento sobre isso. Só o gerente pode fazê-lo, mas ele não está presente”, desculpou-se uma das balconistas em serviço.
“O factor tabaco está muito ligado às casas nocturnas, por isso acreditamos que esta proibição vai diminuir o número de clientes. Mas encorajamolos a não deixarem de comparecer”, desabafou o gestor da conhecida Discoteca Dom Quixote, Carlos Fernandes.
Apesar da apreensão, Carlos Fernandes realçou que já criaram algumas normas internas para evitar que a mesma seja violada. A primeira medida tomada foi a de cancelar a venda de cigarros e orientar os seguranças para sensibilizarem os clientes a não fumarem no interior da discoteca.
“Estamos a utilizar também os plasmas onde anunciamos os eventos para sensibilizarmos os nossos clientes”, realçou o gerente, que recusou revelar a quantidade de cigarros que eram comercializados por noite antes de o Governo ter aprovado o recente decreto de proibição.
O decreto-lei que proíbe fumar em locais públicos entra apenas e vigor após a sua publicação em Diário da República. Prevê multas para os fumadores e responsáveis dos estabelecimentos que rondam entre os 40 a 80 mil Kwanzas, assim como 40 a 120 mil kwanzas para os proprietários de restaurantes, discotecas e outras casas nocturnas. A fiscalização e aplicação da lei serão feitas por inspectores do Ministério do Trabalho, do Comércio, Polícia Nacional e Fiscalização.
A sua gestora, Emília Pena, realçou que antes de o decreto-lei ter sido aprovado, o seu estabelecimento já impunha algumas restrições aos clientes fumadores para que não prejudicassem a saúde dos não fumadores.
No Cortiço, os clientes fumadores são orientados a consumirem somente na esplanada e não no interior do restaurante. Trata-se de um procedimento estabelecido desde a sua fundação. A regra faz com que a direcção de O Cortiço receba menos reclamações, tendo em conta que os clientes não-fumadores estão consciencializados de que os fumadores devem ficar na parte exterior e os outros no interior.
“Garanto-vos que são poucos os clientes que fumam. Neste número ínfimo existem uns que transmitem até o seu mau odor aos outros”, contou Emília Pena. Logo que leu no Jornal de Angola, que o Governo acabara de proibir as pessoas de fumarem em locais públicos, a gestora hoteleira ofereceu um exemplar a um cliente que fuma mais de um maço por dia. “
A primeira reacção não foi a esperada pelo facto de o cliente, cujo nome não vou revelar, ter questionado de seguida se com esse gesto estava a obrigá-lo a deixar de fumar”, explicou Emília Pena, assegurando que “há pessoas bem-educadas que aceitam e existem outras que são rebeldes. Reagem de forma negativa, mas isso não nos impedirá de prosseguirmos com a nossa campanha”.
À entrada da Pastelaria Nilo, no José Pirão, existe um letreiro em que se pode ler: “Por favor evite fumar”. Preocupados com os riscos que o fumo pode provocar à saúde, os responsáveis deste estabelecimento afixaram o mesmo conselho junto ao caixa e à entrada dos balneários, para evitar que os clientes fumem no seu interior.
Contrariamente à Nilo, quem for ao restaurante Somel encontra logo um convite ao fumo através de um letreiro de promoção das marcas de cigarro Marlboro e Rhotmans. O tiro é corrigido com um outro letreiro, onde se pode divisar: “fumar é um risco para a saúde”.
A gerente da Somel, identificada apenas como Filomena, recusou prestar declarações, alegando que não vendem cigarros e que a sua instituição está mais virada à prestação de serviços de Take Away. Os clientes, segundo ela, não fumam no interior do estabelecimento.
Não estão nem aí
Carla Martins e António Ferreira são os gerentes dos restaurantes Fan Club e Cais 4, à entrada da Ilha de Luanda. Ambos foram unânimes em afirmar que a lei não abrange os empreendimentos que dirigem por estarem ao ar livre. “Vendemos cigarros, sim. E a lei não abrange os restaurantes a céu aberto como os nossos”, garantiram ao Tribuna da Kianda os dois gestores.
António Ferreira, do Caís 4, salientou mesmo que “não vejo necessidade alguma de as pessoas serem proibidas de fumar em locais a céu aberto como nosso, porque se tivermos de proibi-los devíamos fazer o mesmo com os aviões que sobrevoam o nosso espaço aéreo. Eles poluem mais o ambiente do que os fumadores”.
Tido como um dos locais mais frequentados de Luanda nos últimos tempos, os visitantes e clientes do Belas Shopping são informados logo à entrada, através de outdoors, que não é permitido fumar. Mas, eram sensivelmente 15 horas e 30 minutos quando constatamos inúmeros cidadãos no restaurante e cafetaria “Só Peso”, outro cartão-de-visita desta superfície comercial, a fumarem sem quaisquer preconceitos.
“Não posso prestar qualquer esclarecimento sobre isso. Só o gerente pode fazê-lo, mas ele não está presente”, desculpou-se uma das balconistas em serviço.
“O factor tabaco está muito ligado às casas nocturnas, por isso acreditamos que esta proibição vai diminuir o número de clientes. Mas encorajamolos a não deixarem de comparecer”, desabafou o gestor da conhecida Discoteca Dom Quixote, Carlos Fernandes.
Apesar da apreensão, Carlos Fernandes realçou que já criaram algumas normas internas para evitar que a mesma seja violada. A primeira medida tomada foi a de cancelar a venda de cigarros e orientar os seguranças para sensibilizarem os clientes a não fumarem no interior da discoteca.
“Estamos a utilizar também os plasmas onde anunciamos os eventos para sensibilizarmos os nossos clientes”, realçou o gerente, que recusou revelar a quantidade de cigarros que eram comercializados por noite antes de o Governo ter aprovado o recente decreto de proibição.
O decreto-lei que proíbe fumar em locais públicos entra apenas e vigor após a sua publicação em Diário da República. Prevê multas para os fumadores e responsáveis dos estabelecimentos que rondam entre os 40 a 80 mil Kwanzas, assim como 40 a 120 mil kwanzas para os proprietários de restaurantes, discotecas e outras casas nocturnas. A fiscalização e aplicação da lei serão feitas por inspectores do Ministério do Trabalho, do Comércio, Polícia Nacional e Fiscalização.
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