Para além da Esquadra Móvel da Polícia Nacional, as vendedoras ambulantes da zona do São Paulo destruíram, na passada terça-feira, 23, o vidro de frente de uma viatura do Comando Municipal do Sambizanga.
De acordo com informações que tivemos acesso, o agente da Polícia que terá disparado em sua própria defesa, isto segundo as autoridades, efectuou cinco tiros: os dois primeiros foram no ar para dispersar a população, ao encontrar resistência fez outro num dos membros inferiores da comerciante e dois para tentar acalma-los e evitar que fosse vaiado.
O patrulheiro da Polícia que teve o vidro quebrado se encontrava a escassos metros de distância quando ouviu o barulho dos disparos e decidiu regressar para prestar apoio aos seus colegas.
De acordo com informações que tivemos acesso, o agente da Polícia que terá disparado em sua própria defesa, isto segundo as autoridades, efectuou cinco tiros: os dois primeiros foram no ar para dispersar a população, ao encontrar resistência fez outro num dos membros inferiores da comerciante e dois para tentar acalma-los e evitar que fosse vaiado.
O patrulheiro da Polícia que teve o vidro quebrado se encontrava a escassos metros de distância quando ouviu o barulho dos disparos e decidiu regressar para prestar apoio aos seus colegas.
A vendedora ambulante Domingas Gomes “Mingota”, 25 anos, encontra-se ainda internada no Hospital Josina Machel onde deu entrada na tarde de terça-feira, 23, depois de ter sido baleada por um dos agentes da Polícia Nacional destacado na Divisão do Sambizanga.
Domingas Gomes chegou àquela unidade hospitalar com uma bala encravada num dos membros inferiores, em estado grave, e foi recebida pelos técnicos da secção de cuidados intensivos. A jovem já não corre perigo de vida e pode vir a receber alta na próxima semana.
A comerciante Manuela da Silva, 27 anos, contou a Tribuna da Kianda que o incidente ocorreu porque a sua colega mostrou resistência ao agente da Ordem Pública, destacado na zona do São Paulo, que queria receber os pertences dela porque os comercializava num lugar impróprio.
“Como já tem sido hábito, os polícias deram-nos corrida para receberem os nossos negócios por estarmos num local que eles consideram ser impróprio, mas neste dia as coisas tiveram um contorno alarmante porque o agente estava embriagado”, explicou.
O susto causado pelo som do disparo deixou a jovem Mingota em estado de choque e desmaiou naquele instante. Quando viram a companheira imóvel, deitada no chão e a sangrar, as vendedoras ambulantes anunciaram a morte da mesma aos prantos a todas as pessoas que circulavam naquela área.
A informação caiu como uma “bomba” para todos e revoltaram-se contra as autoridades policias arremessando vários objectos contundentes à Esquadra Móvel, entre os quais, pedras, garrafas, paus e ferros.
Diante do clima de revolta que se tinha instalado, tanto os agentes da Ordem Pública como os da Polícia de Trânsito, que se encontravam nas redondezas, tiveram de procurar refugio.
Alguns agentes da Unidade de Trânsito que regulavam o tráfego automóvel nas imediações do mercado do São Paulo viram-se obrigados a abandonar o posto, a retirarem o colete e a camisa. Permaneceram apenas com as camisolas interiores para conseguirem fugir até ao edifício da EDEL para não serem agredidos.
“Estou na Polícia há quatro anos e é a primeira vez que estive envolvido numa situação destas. A população revoltou-se de tal maneira que não tivemos outra saída senão escondernos em qualquer local que nos parecia ser seguro”, explicou ao Tribuna da Kianda um dos agentes de Trânsito que estava destacado naquele perímetro.
Tanto os efectivos do Comando da Divisão Sambizanga como os da Unidade de Trânsito permaneceram nos seus “esconderijos” até à chegada dos oficiais das brigadas Canina, Auto, Motorizada e da Polícia de Intervenção Rápida.
Comerciantes em marcha A destruição parcial da Esquadra Móvel da Polícia Nacional não foi suficiente para acalmar os nervos dos vendedores. Eles uniram-se e marcharam protestando em direcção à Rádio Ecclésia.
O automobilista Beto Beleza circu lava naquela zona no momento em que se despoletou o incidente. Saía do seu local de serviço e teve dificuldades em prosseguir o trajecto por causa do alvoroço provocado pelas pessoas que se perfilaram na estrada.
“A via ficou parcialmente interditada e só conseguimos prosseguir com a marcha quando os efectivos da Polícia apareceram para dispersar a população”, contou o condutor, acrescentando que “as senhoras diziam, Sayovo matou zungueira…” Da portaria da Rádio Ecclésia, as mulheres, reunidas num grupo menor, dirigiram-se à portaria da Televisão Pública de Angola (TPA).
“Isto não pode ser, não podemos vendar à vontade. Fecham os mercados, agora dizem que não podemos vender. Até quando isso?”, lamentou Manuela da Silva.
A Polícia Nacional está a proceder ao levantamento dos factos do incidente que envolve um agente da corporação que disparou contra a perna da vendedora ambulante “Mingota”.
Contactado por O PAÍS esta quarta-feira, 24, o comandante municipal do Sambizanga, superintendente Manuel Gonçalves, desmentiu a informação segundo a qual o seu subordinado estava embriagado no momento em que efectuou o disparo. “O agente não estava nada embriagado conforme as pessoas estão a dizer e quem acha o contrário que prove. A Polícia trabalha com provas e não existe nenhuma que sustente isso”, explicou.
De acordo com o superintendente, o caso, cujo autor já está a contas com a justiça, aconteceu quando a Polícia procedia ao trabalho de rotina para impedir a venda ambulante na zona do São Paulo.
Na sequência do trabalho, um agente viu-se envolvido no meio da multidão, que o cercou e o agrediu, tendo daí, como tentativa inicial de fuga, efectuado disparos ao ar. Nesta acção “condenável e lamentável”, o Polícia acabou por ferir a cidadã.
Nas zonas do S. Paulo e do Congolenses observam-se diariamente efectivos da Polícia e da Fiscalização a perseguirem os vendedores ambulantes. Em muitos casos, as “zungueiras” não escapam à acção do cassetete.
Domingas Gomes chegou àquela unidade hospitalar com uma bala encravada num dos membros inferiores, em estado grave, e foi recebida pelos técnicos da secção de cuidados intensivos. A jovem já não corre perigo de vida e pode vir a receber alta na próxima semana.
A comerciante Manuela da Silva, 27 anos, contou a Tribuna da Kianda que o incidente ocorreu porque a sua colega mostrou resistência ao agente da Ordem Pública, destacado na zona do São Paulo, que queria receber os pertences dela porque os comercializava num lugar impróprio.
“Como já tem sido hábito, os polícias deram-nos corrida para receberem os nossos negócios por estarmos num local que eles consideram ser impróprio, mas neste dia as coisas tiveram um contorno alarmante porque o agente estava embriagado”, explicou.
O susto causado pelo som do disparo deixou a jovem Mingota em estado de choque e desmaiou naquele instante. Quando viram a companheira imóvel, deitada no chão e a sangrar, as vendedoras ambulantes anunciaram a morte da mesma aos prantos a todas as pessoas que circulavam naquela área.
A informação caiu como uma “bomba” para todos e revoltaram-se contra as autoridades policias arremessando vários objectos contundentes à Esquadra Móvel, entre os quais, pedras, garrafas, paus e ferros.
Diante do clima de revolta que se tinha instalado, tanto os agentes da Ordem Pública como os da Polícia de Trânsito, que se encontravam nas redondezas, tiveram de procurar refugio.
Alguns agentes da Unidade de Trânsito que regulavam o tráfego automóvel nas imediações do mercado do São Paulo viram-se obrigados a abandonar o posto, a retirarem o colete e a camisa. Permaneceram apenas com as camisolas interiores para conseguirem fugir até ao edifício da EDEL para não serem agredidos.
“Estou na Polícia há quatro anos e é a primeira vez que estive envolvido numa situação destas. A população revoltou-se de tal maneira que não tivemos outra saída senão escondernos em qualquer local que nos parecia ser seguro”, explicou ao Tribuna da Kianda um dos agentes de Trânsito que estava destacado naquele perímetro.
Tanto os efectivos do Comando da Divisão Sambizanga como os da Unidade de Trânsito permaneceram nos seus “esconderijos” até à chegada dos oficiais das brigadas Canina, Auto, Motorizada e da Polícia de Intervenção Rápida.
Comerciantes em marcha A destruição parcial da Esquadra Móvel da Polícia Nacional não foi suficiente para acalmar os nervos dos vendedores. Eles uniram-se e marcharam protestando em direcção à Rádio Ecclésia.
O automobilista Beto Beleza circu lava naquela zona no momento em que se despoletou o incidente. Saía do seu local de serviço e teve dificuldades em prosseguir o trajecto por causa do alvoroço provocado pelas pessoas que se perfilaram na estrada.
“A via ficou parcialmente interditada e só conseguimos prosseguir com a marcha quando os efectivos da Polícia apareceram para dispersar a população”, contou o condutor, acrescentando que “as senhoras diziam, Sayovo matou zungueira…” Da portaria da Rádio Ecclésia, as mulheres, reunidas num grupo menor, dirigiram-se à portaria da Televisão Pública de Angola (TPA).
“Isto não pode ser, não podemos vendar à vontade. Fecham os mercados, agora dizem que não podemos vender. Até quando isso?”, lamentou Manuela da Silva.
A Polícia Nacional está a proceder ao levantamento dos factos do incidente que envolve um agente da corporação que disparou contra a perna da vendedora ambulante “Mingota”.
Contactado por O PAÍS esta quarta-feira, 24, o comandante municipal do Sambizanga, superintendente Manuel Gonçalves, desmentiu a informação segundo a qual o seu subordinado estava embriagado no momento em que efectuou o disparo. “O agente não estava nada embriagado conforme as pessoas estão a dizer e quem acha o contrário que prove. A Polícia trabalha com provas e não existe nenhuma que sustente isso”, explicou.
De acordo com o superintendente, o caso, cujo autor já está a contas com a justiça, aconteceu quando a Polícia procedia ao trabalho de rotina para impedir a venda ambulante na zona do São Paulo.
Na sequência do trabalho, um agente viu-se envolvido no meio da multidão, que o cercou e o agrediu, tendo daí, como tentativa inicial de fuga, efectuado disparos ao ar. Nesta acção “condenável e lamentável”, o Polícia acabou por ferir a cidadã.
Nas zonas do S. Paulo e do Congolenses observam-se diariamente efectivos da Polícia e da Fiscalização a perseguirem os vendedores ambulantes. Em muitos casos, as “zungueiras” não escapam à acção do cassetete.